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Organização criminosa é investigada por tentativa de fraude milionária e desvio de R$ 3 milhões contra casal de idosos em Caldas Novas

Grupo teria simulado união estável inexistente para tentar partilhar patrimônio de R$ 50 milhões, composto por cerca de 100 imóveis

A Polícia Civil de Caldas Novas investiga a atuação de uma organização criminosa suspeita de aplicar um golpe milionário contra um casal de idosos da cidade. Segundo a apuração conduzida pelo Grupo Especial de Investigação Criminal (GEIC), o grupo teria articulado uma fraude complexa para obter o reconhecimento judicial de uma união estável inexistente, com o objetivo de dividir um patrimônio estimado em R$ 50 milhões, composto por aproximadamente 100 imóveis apenas na região das águas quentes.

Além da tentativa de fraude judicial, os investigadores apuram que os idosos já teriam sofrido prejuízo superior a R$ 3 milhões, valores desviados pelo mesmo grupo criminoso em transações anteriores, o que reforça a hipótese de atuação coordenada e reiterada contra o casal.

O advogado de defesa das vítimas, Renan Onofre, explica que a esposa do idoso, de 75 anos, descobriu no final do ano passado que tramitava uma ação de reconhecimento de união estável ajuizada no estado do Espírito Santo, na cidade de Cariacica, sem qualquer vínculo com o casal.

“Foi uma clara tentativa de deslocar o processo para uma jurisdição distante, dificultando a identificação do crime, uma vez que os idosos residem em um condomínio onde também vivem juízes, promotores e delegados desta comarca — o que tornaria mais difícil a consumação da fraude. A petição inicial foi instruída com documentos falsos e comprovantes de residência adulterados, supostamente para provar coabitação entre as partes”, detalhou Onofre.

A investigação apura o uso de documentos falsificados, fraude processual e estelionato por parte dos suspeitos, que teriam tentado simular uma união estável inexistente entre a autora da ação e o idoso — casado há mais de 50 anos e residente com a esposa em Caldas Novas. Com a constatação das falsificações, o processo foi transferido para Goiás, e a Polícia Civil foi imediatamente acionada para aprofundar as diligências.

Segundo o advogado Renan Onofre, o caso serve de alerta para o uso indevido do sistema de Justiça por organizações criminosas que se aproveitam da vulnerabilidade de pessoas idosas para cometer fraudes patrimoniais.

“Estamos diante de uma tentativa orquestrada de fraude patrimonial na ordem de R$ 50 milhões, associada a crimes de estelionato e manipulação processual. É essencial que casos como este sejam apurados com rigor, não apenas para proteger as vítimas, mas para preservar a credibilidade da Justiça. Trata-se de uma ação sofisticada, que exige resposta firme e técnica das instituições”, ressaltou.

O advogado destacou ainda que o casal tem colaborado ativamente com as autoridades e que medidas judiciais já foram adotadas para resguardar o patrimônio familiar.

“O casal, junto há mais de meio século, está abalado, mas confiante na atuação das autoridades. Nossa prioridade é garantir a segurança jurídica e assegurar que todos os envolvidos sejam responsabilizados dentro do devido processo legal”, completou Onofre.

O GEIC mantém o inquérito sob sigilo enquanto apura a extensão dos danos e busca identificar todos os integrantes e beneficiários da tentativa de fraude milionária.

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