
Na manhã da última terça-feira, 28, o estado do Rio de Janeiro realizou a Operação Contenção, a maior mobilização policial das últimas décadas contra a facção Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha. O balanço oficial divulgado nas horas seguintes aponta 64 mortos, 81 detidos e apreensão de dezenas de armas de alto calibre; autoridades falam em desarticulação de estruturas logísticas, enquanto organizações de direitos humanos e parte da sociedade exigem investigações sobre a letalidade da operação.
1) O que aconteceu (cronologia resumida)
- Manhã de 28/10/2025 — Foi deflagrada a Operação Contenção, com cerca de 2.500 agentes (polícias civil e militar, unidades especializadas e apoio logístico) para cumprir mandados nos Complexos do Alemão e da Penha. Objetivo declarado: capturar lideranças, apreender arsenais e interromper rotas logísticas da facção
- Confrontos intensos.
Em diferentes pontos ocorreram tiroteios, instalação de barricadas, ônibus e veículos incendiados e relatos de uso de artefatos explosivos por criminosos. Em imagens e vídeos examinados por veículos, foram documentados também drones empregados por criminosos para lançar explosivos. - Balanço preliminar — Ao fim do dia as autoridades e veículos reportaram 64 mortos (entre suspeitos e quatro policiais), 81 presos e dezenas de armamentos apreendidos — números confirmados por boletins do governo e pela imprensa.
2) Números e apreensões (o que já se sabe)
- Mortes: 64 pessoas (a contagem inclui quatro agentes mortos). As fontes oficiais e grandes veículos reforçaram esse número nas atualizações do dia.
- Prisões: Cerca de 81 detidos ligados à facção, segundo balanço divulgado pelo governo.
- Armamento: Relatos oficiais e imprensa apontam apreensão de dezenas de fuzis de alto poder, pistolas e explosivos (algumas apurações jornalísticas falam em mais de 90 fuzis apreendidos).
Observação: os números acima são os disponibilizados nas primeiras 24 horas. Investigações e perícias podem alterar esse balanço (identificação de corpos, classificação entre civis e suspeitos, novas prisões ou registros).
3) Táticas e inovações no confronto
- Uso de drones por facções: há imagens e relatos de drones sendo usados para lançar explosivos ou para vigilância tática por criminosos, o que eleva a complexidade operacional das ações policiais. Veículos de imprensa publicaram registros desses incidentes.
- Guerra urbana em escala ampliada: barricadas, queima de veículos e bloqueio de vias (com impacto direto em transporte e serviços) caracterizaram a resistência das organizações criminosas e a necessidade de forças com blindados e aeronaves.
4) Reações oficiais e medidas anunciadas
- Governo estadual: classificou a resposta como necessária para combater uma facção que estaria em processo de expansão e com arsenal pesado; anunciou manutenção de operações e presença continuada nas áreas atingidas.
- Prefeitura: declarou apoio à operação e buscou medidas para restabelecer serviços; porém escolas e serviços locais foram interrompidos em áreas afetadas.
5) Críticas, direitos humanos e pedidos de investigação
- Organizações de direitos humanos e líderes comunitários pediram imediata transparência sobre as circunstâncias das mortes, identificação dos mortos, laudos periciais e responsabilização caso haja excessos. A operação foi comparada (em gravidade) a episódios anteriores que geraram ampla controvérsia pública.
- Alerj e outras instâncias políticas passaram a cobrar explicações formais sobre planejamento, coordenação com instâncias federais e critérios de ação. Petições e ofícios foram encaminhados ao Ministério Público e às polícias.
6) Impacto imediato sobre a população
- Interrupção de serviços: moradores relataram desabastecimento, escolas e comércios fechados, medo e deslocamentos locais. Vias importantes sofreram interdições e congestionamentos.
- Trauma comunitário: especialistas em segurança pública e membros de pastorais sociais destacam que operações sem políticas sociais integradas tendem a gerar trauma e deslocamentos sem resolver a estrutura de controle territorial.
7) Contexto estratégico: por que o Comando Vermelho é alvo central
- O Comando Vermelho é hoje uma das facções mais estruturadas do país, com atuação interestadual, fontes de financiamento diversificadas e investimentos em logística (incluindo armamentos e tecnologia). Para o Estado, desmontar comandos locais e cadeias de suprimento é prioridade para reduzir comando operacional da facção.
8) Avaliação técnica e riscos
- Eficácia operacional: operações de grande impacto podem apreender armamento e prender lideranças — impacto imediato no comando local.
- Risco de substituição: acadêmicos e especialistas alertam que, sem políticas de reestruturação social e presença estatal contínua (saúde, educação, emprego), o vácuo territorial tende a ser ocupado novamente por grupos rivais ou pela própria facção em nova configuração.
- Risco de escalada e internacionalização do debate: a alta letalidade e as imagens de drones e explosivos elevam o debate sobre o uso proporcional da força, coordenação federal e observância de direitos humanos, com sinais de repercussão internacional.
9) Próximos passos e o que acompanhar
- Relatórios oficiais e perícias — confirmação final das identidades das vítimas, laudos balísticos e sequência de responsabilizações.
- Ações judiciais e investigações do MP — ofícios e pedidos de esclarecimento já foram protocolados; acompanhar decisões sobre instaurações de inquéritos independentes.
- Plano de recuperação comunitária — anúncios reais de reabertura de serviços, programas sociais e presença continuada da administração pública serão o termômetro para avaliar impacto a médio prazo.




